Tem coisas que mudamos pois queremos.
Outras a vida nos obriga.
E ainda, outras a vida ensina e você percebe que estava
redondamente enganada.
Enfim, isso se chama aprendizado, vida, maturação, cada um
chama do que quiser.
Eu chamo arrependimentos.
Sim, tenho muitos e muitos e uma lista quase sem fim.
Vivo e mudo constantemente. Às vezes me sinto vil e cruel e
com vontade de me vingar de todo mundo que me machucou. Outras vezes sinto fé
devoção e bondade, vontade de sair pedindo perdão e me deitando aos pés de
muitos para ficar de boa com Deus. Na verdade é que não adianta tentar agradar
a Deus. Ele sabe o que se passa, tudo o que pensamos e por isso não adianta
fingir perdão ou se desculpar se realmente não sente isso. Já pedi desculpas há
anos atrás por esse motivo. Hoje, já mais madura eu penso muito antes e se acho
que a pessoa merece tudo bem se não vou ter que conviver com isso porque alguns
fingem estar bem mas na verdade sempre existirá uma pontinha de desconfiança e
raiva no coração por determinada pessoa.
Compreendi que sempre existirá pessoas que por mais que nos
machuquem sempre amaremos e perdoaremos na mesma hora! Outras é impossível e
mesmo tentando conviver de boas no fundo você sabe que não vai com a cara da
pessoa! Não tem jeito! Alguns chama isso de intuição. Pois nem sempre sabemos
que se a pessoa quer realmente te perdoar te ouvir ou realmente ficar de boa
com você também.
É interessante pensar no que Jesus viveu e foi assim
que me modifiquei muito a forma de pensar. Mesmo aqueles a quem o insultaram,
ofenderem e realmente o machucaram tanto psicologicamente quanto fisicamente ele
os perdoou e voltou a amar como no início quando você conhece a pessoa e
entrega sua amizade e confiança sem saber o que esperar. E foi assim que
resolvi fazer o mesmo. Pelo menos aqueles a quem consigo voltar a amar de
verdade. Pois como falei não adianta nada da boca pra fora pois a Deus você
nunca engana.
Porém sei que muitos não acreditam nas minhas palavras ou
desculpas. Mas tudo bem, Deus sabe que quando digo é verdade. Não me abro com
muitos.... Pelo menos é o que acham isso de mim pois na verdade sou um livro
aberto! Nunca tive medo de expressar minhas opiniões escolhas e vontades.
Sou rigidamente contra e me revolta muito pessoas
intolerantes, que não mudam as opiniões, que não abrem mentes, que são
machistas, ou preconceituosas seja com qualquer coisa... E por isso de repente
não me dou bem com muitos e acabei por fim desfazendo-me de amizades. Sem
imaginar que as pessoas crescem e mudam... assim como eu afinal! E nesse
jogo da vida, muita gente boa que a gente acaba descontando nossas frustrações
sem ter culpa...!
Vamos lá. Vou contar um pouco da minha história...
Morei em três cidades.
Onde nasci e morei em uma cidade pequena. Sei que pelos
relacionamentos hoje poderia ter muito mais de dez amigos saindo de lá. Fui uma
pessoa que sempre aparecia de alguma forma. Sempre apareci na escola. Seja como
briguenta ou participante de gincanas e tal sempre que tinha era muito enfiada!
E uma pessoa assim a gente sabe que todo mundo comenta fala e não esquece.
Dessa escola levo uma pessoa muito querida. Idinéia. Sempre com boas
recordações e um pequeno desentendimento apenas. Bati nela, descontei minhas
angústias.. Achei que ela tinha me chamado de gorda. Até hoje, não sei se foi
isso, mas enfim, passou. Estudei até a 4 série ali e posso dizer que fui feliz.
Todas meninas queriam ser como eu, me achavam linda apesar de eu mesma não me
achar. Tinha eu e mais uma menina que chamava atenção por beleza. Era apenas uma
competição de beleza, ridículo né! Não gostava de ninguém em especial e sempre
me identifiquei e me dava melhor com os meninos. Por serem menos frescos.. as
meninas não queriam se sujar, brincar de lutas, etc....
Na vizinhança levo 2 amigas de verdade. Até hoje, sei que se
voltasse a conviver seria igual. Mas pela distância hoje não rola. Bruna,
Bárbara. O resto, conhecidos ou pessoas passageiras em minha vida que nada
marcaram.
Vale lembrar que sofri bullying na infância por parte da
minha segunda escola , apenas uma série, menos de 1 ano. Mas que mudou muito!
Tonou-me na época violenta e agressiva hoje me analisando como profissional e
pessoa.
Vale lembrar que bullying sofria na vizinhança também! Não
sei porque! Mas imagino que por ser muito amada e ganhar tudo da minha mãe,
digo de bens materiais. Menos de Bárbara e Bruna e uma família do lado. Penso
que talvez por ganhar tudo o que queria. Não porque éramos ricos mas por ser
muito amada mesmo. Minha mãe deixava de comprar pra ela pra dar pra mim, por ser
filha única acho. Filha do coração e da alma desde recém nascida e isso não sei
se por ignorância inveja ou preconceito muitas garotas da vizinhança me
excluíam das brincadeiras. Porém eu obrigada pela minha mãe nunca as deixava de
lado nas festas de aniversário! Talvez seja intriga até entre os pais sabe.
Cidade pequena acontece muito picuinhas... E adultos ignorantes envolvem
crianças inocentes. E enquanto vivi lá pode-se dizer que sim era inocente. Nem
sabia o que o termo "lésbica " significava. Já que um dia me chamaram
assim pois disse que amava minha amiga... Coisas de outras meninas pré
adolescentes que tinham merda na cabeça mas tudo bem. O que me machucava era a
exclusão.. Na época fingi não me importar e brotava um sentimento bem ruim em
relação a elas. Dizia para mim mesma que de alguma forma no futuro me vingaria.
Eu nunca esqueci! Mas nem precisei me vingar.
Ou eu brincava comigo mesmo ou com os meninos já que eles
eram menos frescos que as garotas que eu me enquadrava mais... Mas não que eles
me aceitassem, mas eu me metia a ficar com eles e como eles não diziam nada
ficava lá..Tentando brincar, me encaixar em algum lugar.. Ser
"normal".
Sofri bullying na família! Sim, sofri muito bullying
mesmo e talvez isso tenha me feito uma pessoa má pelos próximos 8 ou 9 anos da
minha vida. Pois amigos e vizinhança eu troquei, mas família não.! Por ser
gorda me chamavam de baleia. Talvez nem por maldade mas por ignorância de não
terem ideia de quanto aquilo me machucava! Todos os primos, todos! E alguns
tios diga-se de passagem. A família ainda permitia que isso acontecesse! Afinal
eu era a adotada...Podia tudo comigo! Eu respondia de forma violenta e batendo
em todo mundo. Não tinha ideia de como me defender sem orientação. Era só uma criança! Nunca fiquei quieta mas bater não os deixava menos
preconceituosos e cruéis comigo. Mas pelo menos eu não deixava barato e me
aliviava na hora. Hoje vendo as fotos não vejo gordura nenhuma mas como
não pertencia a família em laços de sangue realmente não era parecida com
ninguém! Tinha estrutura maior e a barriga não era seca, tinha um peneuzinho
pequeno. Mas não era obesa nem nada! Um dia posto uma foto aqui pra vocês...
Ainda na família por parte dos adultos como era agressiva com os primos a
maioria das tias me via de forma diferente.. Era visto como criança ruim, mau,
cruel, mas não se ligavam que tinha um motivo! Diziam que minha mãe tinha pego
pra criar uma cobra em casa... Ok. Eu cresci com a ideia de que era mau por
nascença! É.. Não digo nada mas foi por Deus mesmo que não me tornei uma criminosa, pois a vontade de matar todo mundo e todos só passou depois que fiz
a faculdade e compreendi tudo o que vivi lendo muitos livros de psicologia e buscando ajuda de profissionais ... Pois não lia apenas coisas sobre
meu curso mas sobre psicologia neurologia na intenção de entender porque
eu era daquele jeito! Pena... Não sinto de mim não.. Não estou de fazendo de
coitada não! Só explicando meus reais motivos dos porquês das formas que
agia!
Minha mãe?! Não.. Ela não me defendia. Mas não era por falta
de amor! Era por medo, ignorância e principalmente de não saber como agir
comigo! Não me entendia, não sabia em quem acreditar, pois eu era violenta e
lógico! Eu tinha motivo. E nunca fiquei quieta, sempre brigávamos e eu falava
como eu me sentia e tudo mais..! Há essa altura já tinha trocado de cidade.
Depois da minha quinta série a empresa que meu pai trabalhava na cidade pequena
fechou, ele era o provedor maior de recursos pois minha mãe sempre ajudou como
pode. E eu pedi muito para trocar de cidade pois sofri na segunda escola com
agressão física, constantemente, todo santo dia! Também revidava! MAs era 5
contra eu, sozinha. Sem chance né.! Só estudei meio ano lá. 5 série
depois nos mudamos de cidade.
Enfim, minha ida para a cidade maior... Meu sonho. (Que não
era tão grande assim..) Me deixou contente mas muitas coisas mudaram... Minha
mãe na qual nos dávamos razoavelmente bem piorou demais, pois ela passou a
trabalhar 24 hs. Eu sem amigo nenhum nem ter com quem contar me desandei....
Agora sofria bullying na nova escola nova por ser de cidade menor me chamavam
de colona ou puta (por gostar de usar batom na cor vemelha). Sempre fui vaidosa, mas nunca fresca. Fui
lembrada até a 4ª série.... Mas não fiz muitos amigos... Na 5ª na outra escola
sofri com violência física! Eu era quem apanhava! Os professores pouco faziam..
Nos mudamos para outra cidade e na nova escola que tanto sonhei em ser feliz
sofri de bullying por ser "colona!". O bullying na família permaneceu
por muito tempo... Mas não podia aceitar não me dar bem nessa escola! Estava
encorajada que eu seria feliz e seria aceita lá, de qualquer forma! Os
professores eram diferentes, muitos me defenderam! E então me senti segura e
pude viver mais tranquila. Devagar mudei a roupa.. Forma de falar e agir...
Tudo para se enquadrar a cidade e aquela galera que era diferente dos que eu conhecia
antes. Com malícia de cidade grande! Me pediram logo no primeiro dia para ficar
com alguém.. Um menino. Eu nem sabia o que era "ficar"!!! Devagar eu
fui conhecendo o pessoal e nunca me esqueço da primeira pessoa que me estendeu
a mão! Mayara seu lindo nome! A tenho como amiga até hoje! Com o passar do
tempo adolescente eu mudei as amizades, tentei ser amiga de outras amigas
consideradas mais populares ou bonitas.. Até posso dizer que fui popular na
minha época de segundo grau na escola mas trocar a amizade foi um grande erro o
meu! O que vale é a pessoa dentro! Demorei mas aprendi logo a lição e pedi mil
desculpas a Mayara que generosamente voltou a me amar como no início! Oh pessoa
linda! Aprendi muito com ela! Sobre como ser feliz com pouco, sobre como ser
generosa com as pessoas que te fizeram mal, sobre como ser simpática! Sobre
como ser amiga e como brincar e ter um sorriso no rosto mesmo não estando tão
bem assim... Essa merece o céu.. É lógico que a vida a mudou também. Crescemos
muito. Nos mantemos afastasdas provavelmente há um ano... Mas sempre nas festas
de faculdade ou casamento ou filhos nos encontrávamos lá! Nunca nos abandonamos
completamente! E hoje, nos falamos diariamente, o que é incrível! Podemos nos
falar sem nóias da adolescência, sem ficar brava por pouca coisa, sem egos
altos, enfim.. Deixa eu continuar a história ...
Ainda na escola fiquei na mesma até completar o segundo grau
e fiz mais uma amiga. Simone. Uniu a violência com a imaturidade.. Pronto deu
merda! Sabe quando há dois corações feridos querendo vingança e um pouco de
imaturidade?! Pois é, viramos bruxa...! Haha. Isso mesmo. Na verdade sempre
fomos mas essa parte não deixei claro porque se não vou contar minha vida toda
aqui. Sempre gostei de filmes de terror e me fortifiquei criando uma armadura
que não deixava transparecer meu sofrimento. Quase nunca chorava! Nunca mesmo!
Se minha mãe me batia na infância por eu ter batido em algum primo ou brigado
eu ficava parada e dizia pra ela: "-Pode bater!" E assim que endureci
meu coração por muitos anos... E criei uma capa na qual fingia que era de ferro
que ninguém podia me machucar. As feridas estavam lá.. Mas ninguém as via!
Nunca. Se eu caísse me afundava ou na depressão ou virava psicopata e matava
todos. As escolhas não eram das melhores. Era nisso que eu pensava a todo momento! Em me matar ou matar todos
antes e depois me matar.. Por isso meu tcc final na faculdade foi sobre
bullying na infância e adolescência... Mas eu não contei sobre minha história
lá.. O pessoal não faz ideia de como isso muda as pessoas!!! Continuando..
Simone e eu nos apegamos a magia negra. Pesquisamos muito sobre isso... Mas
muito mesmo! Fizemos um pacto de sangue .. Entre outras bobagens... E desejamos
mal a algumas pessoas.. Muitos posso dizer que se realizaram.. Mas como tudo
que vai volta. Paramos.. éramos tão unidas, mas tão unidas que as pessoas já
falavam que éramos lésbicas.. Coisas do preconceito outra vez... Mas isso não
me machucava, nem a ela. Mayara? Participava das loucuras, ouvia tudo como uma
boa amiga mas nunca se envolveu muito nas magias, tinha medo e seu coração era
muito bom pra isso. Não concordava mas também não falava muito pra nós pois
sabia o tamanho da nossa ignorância que não íamos mudar nem por ela nem por
ninguém! Fizemos muitas loucuras juntas.. Coisas que nem ouso a comentar para
não influenciar outros corações feridos e almas sofridas,... Juntas, o
mundo poderia nos derrubar mas continuávamos fortes!
Quando a amizade acabou.. Prefiro não comentar o motivo..
Pois já é uma coisa enterrada e perdoada. Meu mundo desabou! Era briga todo dia
lá em casa.. Já não tinha com quem me abrir e minha mãe me obrigava a visitar
os familiares que me deixavam mais louca ainda! Nunca fui aceita de verdade na
família! Nunca! Quando tinha 15 anos e minha mãe resolveu se abrir comigo e
finalmente falar compreendi que o porque eles não gostavam de mim... Porque a
maioria não concordou com a adoção, achavam que traria problemas a ela e meu
pai... E realmente trouxe. Mas não como os que eles imaginavam... Nunca me
droguei apesar da vontade em experimentar que tinha... Sabia que era um caminho
sem volta. Só beijei um cara com 15 anos! Só transei aos 17! Casei aos 26,
filho aos 27. Só tive três namorados a vida toda.. E poucos casos fora disso.
Só tive problema de relacionamentos sociais.. Pelo menos até a adolescência. E
era tudo por conta do bullying que sofri vindo de lugares diferentes.
Os anos passaram, acabou o segundo grau e cada um de minhas
amigas seguiu com suas vidas... Mas logo nos primeiro ano seguinte fizemos as
pazes. Nos encontramos... Mas ainda tinha algum rancor pois voltamos a nos ver
anos mais tarde denovo... Já mais maduras e melhores.
Minha faculdade .. Escolhida por meus pais.. Preferia que
eles tivessem uma casa do que eu a faculdade dos meus sonhos pois minha mãe se
matava de trabalhar no antigo trabalho e vivíamos lá também.. Então era
complicado.. E por fim, foi coisa de Deus. Pois virei gente depois desse curso
da faculdade!
Na faculdade de pedagogia da uri de erechim que tornei
melhor. Me compreendi e mudei minha visão sobre todas as coisas... Passei por
muitos psicólogos mas só bons livros me tornaram verdadeiramente humana.
Abandonei a tal da bruxaria pela qual entrei só para me vingar de algumas
pessoas... Passei por psicólogos parapsicólogos na infância. (Mais uma vez
pensaram que por ser adotiva eu era agressiva por conta disso em não aceitar ou
querer conhecer a outra família! Sempre fui muito bem resolvida com isso, amos
meus pais e nunca quis procurar a família biológica! Era por conta do bullying!
Mas nem eu sabia na época eu achava que era má mesmo.. ) E psiquiatra quando
adolescente pois já estava ficando paranóica, via coisas.. e quando quis deixar
o mal... digamos que ele não quis me deixar.. E me atormentou por um bom
tempo.. Era a tal da volta que o mundo dá.. O que se deseja aos outras volta.
Sempre volta. Então parei de desejar o mal e orei muito para entender tudo
aquilo que vivi... E o porque que na adolescência a gente não consegue perceber
além do nosso próprio umbigo.!
Além da faculdade uma pessoa com inicial L, uma terapeuta
ocupacional espírita que fez ver mais e compreender mais minhas vontades e me
fez acreditar que eu era boa e não má. E que Deus mesmo depois de tudo me
aceitaria. Foi então que eu aceitei ele e minha vida. E tudo começou aos poucos
mudar, pra melhor.
Conheci uma amiga incrível na faculdade. Charline. Ela me
mudou muito.. E eu a mudei, eu acho. Ela me tornou melhor, mais boa, mais
humilde. Eu a tornei um pouquinho mais corajosa e briguenta, já que antigamente
ela aceitava tudo de boas sem brigar ... Nos equillibramos eu diria.
É como Chico Xavier diz: Nada é por acaso e ninguém passa em
vão nas nossas vidas.
Enfim, crescemos, o tempo passou e passei por três cidades.
A última por enquanto prefiro não falar nada pois tem a ver com problemas de
adultos e eu mais bem resolvida comigo mesmo não me deixei mais afetar tanto
quanto antes.
Minha família, perdoei todos mesmo nunca ninguém ter vindo
me pedir perdão. Inclusive eu já ter comentado que era agressiva por conta do
bullying e da exclusão que na verdade rola até hoje. Mas de uma forma mais
oculta, pois adultos e com vida própria não precisamos mais nos aguentar
digamos assim, se não quisermos!. E depois da faculdade eu resolvi tratar todos
bem e não mais agressivamente e muitos melhoraram também comigo.! Mas precisou
eu mudar. Alguns, nem eu mudando me aceitaram, mas tudo bem. Hoje isso não me
machuca mais!. Quando finalmente consegui perdoar e ver além de mim mesma me
senti mais aliviada e pude viver e pensar em mim, na minha felicidade e não tão
somente na minha dor como antigamente. Talvez uma questão de maturidade,
misturado a faculdade terapia e amigos verdadeiros que nunca me deixaram.
Hoje, tenho uma relação melhor com minha mãe, depois da faculdade e do
aparecimento de alguém distante da família em nossas vidas. Mas vou deixar pra
outra ocasião contar pois essa é uma história cabeluda e longa...
Enfim, me arrependo daqueles que magoei nessas indas e
vindas.. Daqueles que coloquei minha raiva, que expressei meu mal ou tentei me
vingar. Me arrependo de todo mal que fiz. Principalmente aos que nada tinham a
ver com a história! São por eles que sinto. E apesar que para muitos ou quase
todos eu acho já ter me desculpado, nunca saberei se entenderam realmente, ou
se perdoaram só pra fazer a social!. Enfim, deixo essa resposta pra Deus.
O que vale é que não menti desta vez só pra ficar de boa com Deus, mas de bem
comigo mesmo.
Eu sempre fui "séria" do tipo cara fechado por
isso. Não falava muito com ninguém. Nem na escola. (Só mais tarde com Simone a
meu lado, mas só falava com ela!). (Sempre fui de não falar nada sobre mim e
também não se interessar por ninguém. Por isso demorei até para namorar. E mais
uma vez fiz isso para me enquadrar na sociedade e não porque eu queria.. Mas
para me sentir mais normal. E perdi a virgindade porque eu pedi. Para saber
como era! Não foi por amor como a maioria das meninas... Pra ver o grau
de frieza que eu era! E também por não acreditar nos homens na época devido os
assédios que passei na infância! - outra história que fica pra outra vez.. )
Falava com todo mundo grosseiramente! Mas todo mundo mesmo!
Sem exceção! Na adolescência me vestia de preto todo santo dia! Nos dias
de sol sempre de jaquetão pra me esconder pois tinha vergonha do meu corpo. Não
falava com ninguém muito nas reuniões de família. Brigava sempre! E se me
irritava partia pra agressão física. Eu era ruim pois era isso que tinham feito
comigo e era assim que esperavam que eu fosse. Às vezes você só precisa de
alguém que acredite em você. Que te faça ver o que de melhor você pode
dar e não o contrário!
Não que hoje seja perfeita. As cicatrizes do bullying e da
vida ficarão para sempre em mim! Não tem como mudar isso mas eu sei que a forma
de como expressar isso e como lidar farão toda a diferença na minha vida. Tem
coisas que mesmo que tente não consigo mudar. OUtras já consegui. E assim vamos
tentando, sempre melhorar.. Quem me fez mal? Eu consegui perdoar digamos quase
a maioria. Isso me fez tão bem! Foi como se tivesse me livrado de 200 toneladas
de peso em minhas costas! Sério. Vale a pena!
Estou tentando ter relacionamentos bons novos e
mantendo os velhos. Que durem afinal aceitar as pessoas com a carga que
elas vierem, assim como eu tenho as minhas. Sempre, de coração aberto, muito
mais madura pessoalmente e com outra visão! Ah! E 2%agressiva agora. haha. No
momento com o olhar que tenho se alguém me machucar, prefiro meter um processo
mesmo, outras coisas.. não!
Ah, E com Deus finalmente em meu coração! Isso também faz
toda a diferença! Pois quando adolescente que me voltei a magia era revoltada
com ele. Como disse, fiz coisas das quais nem ouso falar, todas contra Deus,
blasfemando e odiando ele. Prefiro esquecer, pois já não sou mais assim e já me
perdoei também.
Hoje, aquilo que me faz mal, apenas afasto de mim, não
carrego mais rancores, vi que não vale a pena, apenas afasto, tem coisas que
posso mudar, outras não. Finalmente entendi.
O que o bullying faz com a gente.
Alguns se consertam, outros desistem e se matam.
Só quem passou para saber e entender as revoluções que ela
causa e o quanto influencia a nossa vida.
Mas buscar ajuda e não desistir é só para os fortes. Não é fácil. Mas vale a pena tentar se curar.
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